quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Hoje.

[...] hoje me sinto leve, tão leve como há meses não me sentia. Não sou mais o mesmo do ano passado, até mesmo porque aquele que fui, não poderei mais ser, em hipótese nenhuma, por mais vã que ela seja. Me sinto leve, em um grande paradoxo, já que não estava preso a nada concreto, e a prisão (se é que ela existia mesmo) tinha sido construída por mim mesmo. Como quem inspira em um trago de cigarro, e que espera que dele venham várias coisas que entrem em nosso espírito, que tragam calma e paz, eu aspirei um mega trago desses. Doeu minha garganta, doeu meu espírito e coração. Foi aquele trago, que me traga fé. Sem a mínima hesitação. Inspirei coragem, foco, determinação.Doeu em mim, ver que precisei disso. Mas fiz isso. Sem a mínima hesitação.O traga que me tragou. Foi justamente na hora em que parei.
Hoje parei e pude ver, o que estava fazedno, pude ver além de mim mesmo, além desta parede que me cerca, do corpo que me protege e me exclui do ar em que respiro. Parei e pude ver aonde estive andando, com quem estive andando, e encarei tudo que fiz e que disse. Pude rever tudo. Com quem escreve cartas para si mesmo, e as lê depois de algum tempo, para ver como funcionava sua cabeça naquela época. Como funcionava você naquela época. Sem a mínima hesitação. Para poder parar. Atravessei a rua sem nem mesmo olhar para os lados, para sentir o vento do rosto. Para poder me sentir novamente, depois de ver por onde andei. O que fiz. E parei. Cansei. Chorei. Sem a mínima hesitação. Corri. Fugi. Não deu certo. Por mais que eu tentasse. Sem nem heistar. E foi nessa hora que despertei.
Hoje despertei finalmente. Tive condições de me reerguer, de me levantar. De dar um trago apenas por relaxar, apenas por me acalmar. Não preciso de uma força externa, não mais, não preciso de uma mão que me ajude, hoje não- já precisei. Mas soube, enfim, depois de algum tempo, me ver de cima. De me tragar. Me consumir. Sem a mínima hesitação.

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