sexta-feira, 1 de julho de 2011

Estado brasileiro reconhece a responsabilidade por destruir a sede da UNE em 1964.


A Presidência da República publicou no Diário Oficial da União (DOU) a lei que reconhece a responsabilidade do Estado brasileiro pela destruição da sede das entidades estudantis UNE e UBES em 1964
 
De acordo com a lei, será criada uma comissão para definir o valor e a forma da indenização, que não poderá ultrapassar o limite de seis vezes o valor de mercado do terreno onde ficava a sede da UNE e da UBES, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro.
Segundo informações da Presidência da República, o prazo para a indicação dos membros da comissão é de dez dias, a contar de hoje. A comissão terá 30 dias, prorrogáveis por igual período, para estabelecer o valor e a forma da indenização.
O resultado dessa comissão, ainda segundo a Presidência, será submetido ao grupo de trabalho que será coordenado pelo Ministério da Justiça e pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Este grupo também terá 30 dias para se manifestar após o recebimento do relatório final da comissão.
O grupo será composto por um representante dos ministérios da Justiça, Educação, Fazenda, Secretaria-Geral da Presidência da República, Secretaria Especial dos Direitos Humanos e do Planejamento. O grupo de trabalho também contará com um representante da Câmara dos Deputados e um do Senado.


Mas uma pergunta: vão devolver o prédio e tal. Mas me digam: e Honestino Guimarães, que era presidente da UNE, em 1973? Nunca mais se teve notícias dele. Foi preso em 10 de outubro de 1973, e nunca mais foi visto. O estudante, que era perseguido pelo regime, já tinha sido preso outras vezes, e foi um dos responsáveis pela sobrevivência do movimento estudantil e da luta pela liberdade, durante os anos de chumbo.


 Um prédio reconstruído, não reconstruirá nunca, a dor que uma família, e os companheiros estudantes de Honestino sofreram. Um prédio novo, uma sede da UNE nova. Mas o que aconteceu por ali, vai estar gravado. Na cabeça e no coração. O chão por onde um dia ele passou desaparecerá, mas o que pode confortá-lo é que ele não morreu em vão. Mais e mais estudantes hoje, juntam-se e continuam um trabalho, os ecos de Honestino Guimarães até hoje: há 38 anos já havia grandes guerreiros, que lutavam pela liberdade, aqueles que moviam a juventude, conscientizando os jovens, de seu papel na sociedade. Ele morreu na juventude, mas em vida, teve a absoluta certeza de que era jovem.

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